O apagão de profissionais de TICs

As tecnologias da informação e comunicação, as chamadas TICs, estão em grande alta. Sendo usadas por mais e mais empresas, pois até os pequenos negócios precisam se cercar de aparatos e de comunicação, para realizar seus negócios.

Isso pode ser visto claramente quando se observa a quantidade de terminais de operação com cartão, as chamadas maquininhas de cartão, que estão em uso em todo o país.

Os meios de pagamento também impulsionam essa área, por meio dos pagamentos e transferência via PIX, PicPay ou até mesmo pelo WhatsApp. Além disso, as fintechs estão cada vez mais populares e seus clientes, sejam pessoas físicas ou empresas, fazem uso das TICs para se relacionar com elas.

Esse é o lado mais óbvio, o lado que todos vemos, mas para que tudo isso funcione, são necessários muitos trabalhadores especializados, pois por trás de cada simples operação financeira, há uma infinidade de servidores, interfaces, bancos de dados, sistemas de segurança, sistemas de contingência, equipamentos de comunicação de dados e muitos trabalhadores capacitados para desenvolver, implantar, configurar, treinar, manter e gerenciar tudo isso.

O problema é que as instituições de ensino por si só, não forma bons profissionais. Eles são aprimorados por iniciativa própria e por experiências acumuladas. O mercado está precisando de bons profissionais de TIC como nunca. As grandes empresas conseguem contratar os melhores talentos, pois têm maior capacidade de atração, por conta de melhores salários e benefícios, por permitir ao profissional atuar em grandes projetos, as vezes oferecer trabalhos no exterior, bons planos de carreira e por abrilhantar os currículos de quem passa por elas.

Mas e as empresas que não têm como oferecer tais condições? Bem, essas empresas têm sido afetadas severamente com essa situação e está cada vez mais difícil conseguir profissionais de TIC para seus projetos e equipes em geral. Como as condições não são muito atraentes, estão sendo comuns os relatos de abandono de projetos, pois quando o profissional encontra outra oportunidade que pague um pouco mais ou ofereça alguns poucos benefícios adicionais, larga a empresa atual e vai para uma nova empresa em poucas semanas.

As startups que estão sendo criadas e que ainda não receberam algum aporte de capital suficientemente robusto para fazer frente à contratação de profissionais de forma mais duradoura estão no olho desse furacão.

Elas necessitam de maneira estratégica de profissionais de TICs, pois poucas startups estão distantes do universo das TICs em seus modelos de negócios, seja como infraestrutura, sites e aplicativos para relacionamento com o mercado, gestão e back-office operacional, tudo precisa fortemente das TICs. Algumas startups nem mesmo podem subsistir sem tecnologia, pois trata-se do DNA dos negócios da empresa.

Essas empresas têm procurado novas formas de contratação e de atrair bons profissionais de TIC, por meio de contratos de vesting ou de stock-options. De forma simplificada e sem entrar nos detalhes de contratos desse tipo, podemos defini-los como uma maneira pela qual as empresas concordam em ceder participações societárias em troca de trabalho especializados, mensurado por meio de entregas e pontuais e metas previamente estabelecidas.

As startups estão vasculhando o mercado em busca de profissionais bons tecnicamente, com um conjunto adequado de softskills e que estejam dispostos e se engajarem nos projetos dos empreendedores e crescer junto com a empresa.

No Brasil, nunca se viu tantos unicórnios (empresa que atinge o valor de mercado de 1 bilhão de dólares) em tão pouco tempo. Os investidores estão aportando grandes somas em startups brasileiras e a tendência é de alta nesse tipo de operação. Basta dizer que até 2018 não havia nenhum unicórnio em terras tupiniquins e hoje há mais de 20 empresas unicórnios.

Portanto, se você está escolhendo sua carreira ou profissão, corre para buscar cursos na área, especialize-se em TICs e ajude a suprir essa enorme demanda. Aproveite essa grande oportunidade.

Com graduação em Engenharia, pós-graduações em Marketing e Computação Aplicada à Educação, Mestrado em Educação Matemática e Doutorado em andamento na mesma área, Luis Pacheco tem experiência no mercado financeiro e em empresas digitais, atua como professor no ensino superior, como mentor de startups, como pesquisador e é autor de conteúdo especializado.

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