Preste atenção na palavra “Motivação”; ela nos remete a movimento, motion, motivo, motor, motriz, motocinética, motocicleta, AÇÃO. Se dissecarmos o termo poderemos obter os sub-termos: motivo da ação, motivo para a ação, motivar a ação. Se pensarmos em inglês poderemos derivar da palavra “Motion”, movimento para a ação, movimento em direção à ação, enfim, tudo o que pensarmos nos remeterá à ideia de movimento, força, energia.

A vida está em constante mutação. Nada pára, nada fica estanque, tudo o que vemos, fazemos e sentimos neste exato instante não é a mesma coisa que vivemos instantes atrás ou que viveremos à frente. Quando isso não acontece mais, é sinal que a vida se extinguiu e com ela todo o movimento de renovação e construção.

Se a Natureza, a vida em geral fazem de forma espontânea esse movimento, sem um raciocínio, um planejamento, por que cada um de nós, que possuímos capacidade de pensar, raciocinar,  não podemos e devemos realizar ações que nos tragam experiências, aprendizados, jornadas e ciclos novos? Que nos faça empreendedores??

E o que é necessário para que isso ocorra?

É imprescindível que tenhamos um sentido, um MOTIVO que mantenha nossa caminhada em um fluxo constante, em AÇÃO. É necessário que nos sintamos participantes ativos de nossa vida, seja ela em esfera pessoal ou profissional, e  na profissional que ela seja tanto como colaboradores atuantes, engajados em um projeto corporativo, quanto protagonistas de nosso próprio projeto de trabalho, pois TODO ser humano está aqui para cumprir uma missão, seja qual for. Não realizar esta tarefa é ir contra nossa própria natureza, sendo que quando não utilizamos as “competências”, para usar um termo corporativo, com que nossa essência foi dotada, teremos a sensação de inutilidade, de não plenitude, advindo daí nossos males de falência pessoal, depressões, angústias e frustrações das mais variadas formas.

Quando uma pessoa não se esforça por dar um sentido à sua vida, ela não será capaz de sentir-se plena e começará a buscar com ansiedade os motivos pelos quais sua vida não lhe traz nenhum beneficio, progresso, alegrias.

O que é o suicídio? È a atitude totalmente desesperada e perdida de alguém que caiu no buraco negro da ausência de objetivos e motivações para a vida. O ser humano é um animal gregário, que em sua essência NECESSITA estar em conexão com o mundo à sua volta.

Não, não é o Facebook, o Instagram, o Whatsapp, o Twiter, o LinkedIn, enfim, todos os canais de comunicação que formam as redes sociais. Claro que estes canais são ferramentas importantíssimas das quais devemos dispor de maneira racional como forma de atingirmos as metas que nos propomos, PORÉM, eles não substituem a verdadeira interação humana, a troca de experiências pelo olho no olho, as vibrações positivas de quem traz um novo ensinamento e através de sua própria maneira de ser, de olhar, falar, consegue transmitir para os demais experiências pessoais, exemplos, best practices, simulações em conjunto in loco e real time. Por este motivo penso que os cursos à distância, perdem um pouco da riqueza que é a troca de olhares e experiências ao vivo.

E temos que ter em mente que em cada momento de nossas vidas, estamos aprendendo e ensinando, porque somos parte ativa do Universo e o Universo vive de trocas, mutações, transposições A TODO INSTANTE. Somos partículas do Universo e como tal estamos em constante mutação.

Para que essa maravilhosa dinâmica de vida aconteça é FUNDAMENTAL que tenhamos claro para nós que TEMOS que ter sim um motivo que nos faça atuar a cada instante, que nos tire do marasmo, pois somos o Universo e o Universo é MOVIMENTO, sendo que

O MOVIMENTO É DETERMINANTE DA AÇÃO!!!

MOVIMENTAÇÃO, MOVIMENTA A AÇÃO, AÇÃO EM MOVIMENTO!!!

Para que haja essa geração de energia, é preciso que empreendamos, lembrando sempre que empreender não é abrir lojas, empreender é abrir-se em todos os sentidos no ambiente em que atuamos, no projeto que escolhemos para nossas vidas!

Todos temos que nos questionar diariamente sobre o que nos leva a realizar, a viver da maneira como vivemos. Todos estão na esfera humana porque tem algo a realizar neste mundo, daí a importância de nos sentirmos protagonistas de nossas vidas. Quando uma pessoa vive como coadjuvante de sua história ela não consegue se realizar, ser plena, ser feliz, não consegue mais encontrar-se como agente do Criador que a cada instante realiza a Obra da Criação, que não nos foi entregue acabada. Desta forma esta pessoa que perdeu a essência de si mesma, não conseguindo mais encontrá-la acaba por desejar desaparecer da vida o que lhe traz consequências as piores possíveis.

Em meu modo particular de ver e sentir, o suicídio é o ato através do qual o Ser Humano nega a maravilhosa prerrogativa concedida por Deus de ser protagonista da Criação, sendo como tal muitas vezes considerado como um ato de covardia. Desejo deixar bem claro que não pretendo analisar este ato, muito menos emitir julgamentos sobre o tema. A abordagem aqui, superficial, é uma forma de ilustração relacionada à necessidade que temos de buscar objetivos, motivação para fazer com que nossas ações gerem movimento de vida. Para isso é necessário que criemos sentido em nossas vidas.

O sentido de viver nos leva ao empreendedorismo, à ação em movimento, à geração de Energia positiva, multiplicadora de pioneirismo, aprendizagem.

E qual a relação disto com o mundo Corporativo e com o mundo dos empreendedores?

Muito se fala em motivação nos ambientes profissionais, sejam corporações ou projetos pessoais. Muitos treinamentos, workshops e off-sites são feitos para se discutir este tema e em várias ocasiões chega-se à conclusão que o que falta para motivar uma equipe, uma área ou um projeto de negócio, é, no caso de uma Empresa, um bom plano de carreira ou uma gama de benefícios mais atraente, um bom planejamento de treinamentos ligados à função desempenhada, bonificações,  feedbacks de performance, job rotations para se ter uma visão mais holística da Instituição onde se trabalha, e por aí afora, podemos enumerar uma série de itens que teoricamente produzirão a centelha que movimentará da forma esperada ou mais do que esperada uma equipe rumo aos melhores resultados. No caso de um projeto pessoal, é talvez menos burocracia, menos encargos fiscais, mais auxílio técnico com baixo custo, etc.

Tudo isso é verdade e precisa ser levado em conta tanto pela alta gestão de uma Corporação, como pelas pessoas que buscam criar seu próprio espaço.

No entanto, há um fator que julgo crucial no encaminhamento da questão relativa a como gerar excelentes resultados em um ambiente, ou em um novo projeto sem que as pessoas sintam-se em constante batalha com o colega, com os demais que já atuam no mesmo ramo de empreendimentos ou boicotadas por quem tem mais conhecimento ou vivendo em uma constante sensação de dúvida, temor de perda de uma posição, do trabalho, uma quebra irreparável no negócio aberto, etc.

Esse fator, a meu ver, sustenta-se em dois pilares:

  • Criação de um ambiente no qual todas as pessoas que nele convivam sintam-se partes atuantes e fundamentais para que todas as ações redundem em sucesso. E para que isso aconteça, todos, sem exceção PRECISAM, DEVEM, fazer justamente o contrário do que normalmente se pensa acerca do conhecimento(vou ficar quieto para que ninguém saiba como fazer X) : transmiti-lo e partilhá-lo de forma clara, transparente e total, entre todos de uma mesma unidade e de unidades correlatas inclusive, de forma a que esse conhecimento dissemine-se, multiplique-se, gerando valor agregado para uma Corporação e também para os concorrentes de um empreendedor. Minha tese é que não se deve esconder, deve-se ao contrário, MOSTRAR!

Isso não tirará a o lugar de ninguém, nenhum colega “roubará” a posição do outro porque o caminho das pedras foi mostrado, não redundará em prejuízo para meu negócio, porque EU sou diferente, ao contrário, uma adequada atitude de partilhar as boas idéias e práticas, fará com que as mesmas sejam multiplicadas pelo todo, gerando produtividade, eficiência e eficácia. É fazer com que a pessoa que visualizou uma maneira mais inteligente de se chegar a um bom resultado seja incentivada a treinar, ensinar quem está junto, criando uma atmosfera de confiança, vontade de fazer igual, aparecimento de idéias complementares e agregadoras. Ou seja, todos começam a se MEXER, a gerar MOVIMENTO em direção aos objetivos, porque perceberão oportunidades de crescimento e por consequência de acesso aos benefícios em todos os sentidos e acima de tudo, sentir-se-aõ auto-realizados, isso não tem preço! Todos sentirão MOTIVOS PARA A AÇÃO.

  • Conscientização das equipes e das pessoas que empreendem rumo a voos solos, da IMPORTÂNCIA e do SIGNIFICADO das tarefas que realizam de forma a que cada um sinta-se peça-chave na estrutura, o que fará com que cada pessoa tendo consciência disso, sinta-se ativa, protagonista do processo como um todo.

Há um conhecido ditado popular que diz “o olho do dono é que engorda o gado”; enquanto as pessoas não se sentirem “donas” de seu trabalho, ativas nele, jamais terão a motivação necessária para superar as expectativas, simplesmente porque apenas fazem, repetem o que já vem sendo feito e na maioria das vezes, nem sabem porque fazem. Cabe aos gestores pensar formas de “trazer” os colaboradores para o trabalho, primeiro certificando-se que seu pessoal sabe por quê faz e qual o objetivo de fazer o que faz.

Lembre-se de seus tempos de estudante, no colégio, na faculdade: quando você decorava alguma coisa, sem tentar saber o que estava fazendo e qual os sentido do que estava fazendo, só conseguia deter o assunto até o dia em que fizesse a prova, depois disso…nunca mais. Agora, quando você, procurava entender a essência da questão, nunca mais esquecia o real significado e muito mais, passava a gostar de aplicar essa atitude em tudo, gerando valor para si próprio e motivação para aprender mais.

Quando um colaborador em uma Instituição ou em um projeto passa a entender a essência de seu trabalho, sente-se à vontade para perder o medo de criar, sugerir, inovar, testar, multiplicar posturas e atitudes, porque estará MOTIVADO pela auto-realização que este comportamento fatalmente lhe trará e como consequência, terá total acesso a tudo o que de melhor a Instituição lhe pode oferecer.

Auto-realizado, seguro de si, feliz por agregar valor profissional, esse colaborador terá energia para disseminar idéias positivas, confiança, otimismo e alegria em todos os ambientes onde conviva. Será um excelente marido, pai, irmão, enfim uma pessoa PLENA, atuante, agindo com energia, tendo todos os MOTIVOS do mundo para a AÇÃO.

Aguardem minha próxima publicação!!

Maria da Penha Amador Pereira, Economista formada pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo com especialização em Desenvolvimento Econômico.

Atuou em carreira corporativa na antiga Companhia Energética de São Paulo, Banco do Estado de São Paulo e no Citibank, onde desenvolveu carreira por aproximadamente 30 anos em Controladoria, Planejamento Estratégico, Segurança de Informações, Gestão de Crises e Continuidade de Negócios, Qualidade, Projetos de Melhorias de Processos e Produtos Bancários, Controles Internos, Auditoria, Governança Corporativa, Regulamentação Bancária e Compliance.

Atualmente é escritora com obras já publicadas, Master Coach e PNL, Orientadora e Mentora de Carreiras, Palestrante e Educadora Financeira, tendo publicado mais de 55 artigos em Portais de Empreendedorismo, mídias sociais, jornais e revistas regionais e LinkedIn, além de ter participado de vários seminários e fóruns sobre diversos temas ligados à realidade brasileira e Compliance.

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