BOLSA DE VALORES Entendendo mais um pouco a dinâmica
BOLSA DE VALORES Entendendo mais um pouco a dinâmica

BOLSA DE VALORES – Entendendo mais um pouco a dinâmica

Meu caro leitor empreendedor que já está familiarizado ou ainda não com a Bolsa de Valores, como falado no texto anteriormente veiculado, vamos  na sequência dar mais uma visão sobre alguns conceitos importantes que compõem a dinâmica das negociações de papéis que transitam nesse fascinante mundo.
Para facilitar nossa exposição lembro que serão levados em conta os seguintes parâmetros:
  • Sempre tomaremos como exemplo nossa Bolsa ,a B3.
  • Não é objetivo deste texto fazer análises de papéis, modalidades de investimentos, rentabilidades, riscos ou outros detalhes mais específicos relativos às operações que transitam na B3. Nosso objetivo é dar uma visão geral do que compõe a Bolsa, algumas características, diferenças básicas entre este ou aquele papel, ou tipo de papel, de forma a lhes proporcionar um conhecimento geral desta que se tornou o novo “Eldorado” dos brasileiros . Para aprofundamento recomendamos que você faça algum dos vários treinamentos online que existem à disposição na Internet ou mesmo consulte um especialista, sua Corretora, seu gerente de conta, etc.
De maneira geral as Instituições Financeiras possuem suas próprias Corretoras, lembrando que hoje existe uma grande variedade de casas de investimento, o que é extremamente propício para o investidor, especialmente os novos, pois possibilita uma competição saudável entre elas e ofertas cada vez mais inovadoras de serviços, cobranças de taxas de custódia e acompanhamento e orientação para quem deseja dispor seus recursos no mercado.
Antes de iniciarmos este overview faremos um pequeno refresh de conceitos sobre a Bolsa:
O que é Bolsa de Valores? É simplesmente um mercado organizado como uma Corporação onde são negociados diversos tipos de papéis e outros títulos de valores mobiliários, tais como: quotas de participação, as chamadas “ações” de sociedades que decidiram abrir seu capital para o público em geral, Fundos de Investimento de diversas origens, Opções, negociações com moedas, taxas de câmbio, etc. A principal Bolsa no Brasil é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) e o principal indicador que “mede a temperatura” do mercado é índice Ibovespa.
O que é Pregão? O pregão nada mais é do que a maneira de serem negociados os papéis que circulam nas bolsas: de inicialmente viva-voz, depois eletrônico, através de terminais instalados nas corretoras e atualmente, trading automático, com o uso de plataformas digitalizadas, extremamente rápidas e ágeis na condução das negociações.
 O que é Circuit Breaker? É algo como um “disparo” ou alerta para parada geral por um tempo determinado de quaisquer negociações quando existe uma grande oscilação negativa no mercado geralmente entre 10 e 12%. Foi algo que frequentou muito o mundo dos negócios no período inicial da Pandemia, notadamente em entre Março e Abril .
O que são “Ações”? São a menor parte do patrimônio de uma empresa de capital aberto, isto é a Instituição que decidiu abrir seu capital para que investidores fora do núcleo familiar possam tornar-se também sócios do empreendimento e desta forma participar de seus resultados (lucros ou prejuízos).

Qual a diferença entre empresa de capital aberto e de capital fechado? A diferença é a abertura ou não do patrimônio. Enquanto a primeira tem entre seus sócios todas as pessoas físicas que desejarem comprar seus papéis, a segunda mantém seu patrimônio apenas entre o núcleo familiar que a fundou.
No primeiro caso, pessoas como você ou eu, leitor empreendedor, através da intermediação de uma corretora de valores idônea e conhecida,  tem a grande oportunidade de associar-se a uma grande instituição e desta forma gerar valor para si mesmas, o que possibilita à Instituição aberta, a captação dos recursos necessários ao seu plano de investimentos e expansão.
Já a empresa de capital fechado, geralmente instituição familiar, não oferece essa oportunidade de negociação de ações em bolsa, porém também utiliza-se de outros meios para captação de recursos para mais investimentos , além de puramente empréstimos.
Entre esses outros meios pode-se citar as debêntures que diferem das ações por não serem parcelas do patrimônio da empresa, mas são títulos de crédito, pelos quais a empresa assume uma “dívida” com as pessoas que os adquiriram. Da mesma forma que as ações esses papéis pagam dividendos, existe  IR na fonte incidindo sobre a rentabilidade, que está atrelada aos resultados da Instituição e possuem um prazo para gerar lucros para o investidor. Tanto quanto as ações, essa modalidade de investimento é de longo prazo, uma vez que o resultado será tanto maior e melhor quanto mais madura e solidamente alicerçada estiver a Organização escolhida pelo investidor, que neste caso NÃO é sócio do empreendimento, apenas devedor.
Além disso lembramos que:
  • BOLSA NÃO É SOMENTE PARA RICOS. Não se esqueçam dos sites: https://www.tesourodireto.com.br/, que acessa o Tesouro Direto (o que é mesmo? Veja lá, não esqueça!) e também: http://www.b3.com.br/pt_br/, para a B3 (o que é mesmo a B3? Investidor empreendedor sabe tudo isso!)
  • BOLSA NÃO É SOMENTE PARA MEGAINVESTIDORES: é para você também!
  • BOLSA NÃO É CASA DE APOSTAS: é lugar de fomento à riqueza mas de forma lícita!
  • BOLSA NÃO É PARA ESPECULAÇÃO NOCIVA!
  • BOLSA É INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO E DE ALTO RISCO, PORTANTO NÃO COMPORTA ANSIEDADES e exige um bom acompanhamento de tendências para que os investimentos sejam adequados ao perfil do investidor.
  • BOLSA É PATRIMÔNIO E RESULTADOS, ou seja, ao adquirir uma quantidade X de ações de uma grupo empresarial, você adquire um patrimônio, simbolizado pela quantidade de papéis de participação nesse grupo que lhe confere a associação à Instituição escolhida, bem como o  direito de receber dividendos gerados pelos resultados alcançados pela Organização os quais são distribuídos entre os acionistas pela ocasião da divulgação dos mesmos à praça.
  • A BOLSA LHE OFERECE A CHANCE DE SE ASSOCIAR A UM GRANDE NEGÓCIO, QUE GERA LUCROS E PODE TAMBÉM GERAR PREJUÍZOS, portanto é uma sociedade na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
Posto isto, é interessante verificarmos o quanto neste período de crise, e isso já vinha se delineando antes da Pandemia inclusive, o grande movimento de Pessoas Físicas das tradicionais formas de investimento tais como renda fixa, poupança, mercado imobiliário (aluguéis) para as Bolsas e notadamente em ações das diversas Companhias que abriram seu capital para o mercado em busca em última análise de recursos para financiar seus planos de expansão, o que é muito saudável em um mercado liberal, de livre concorrência e onde os preços dos bens e serviços devem flutuar livremente sem intervenções de quaisquer naturezas.
Esse novo sangue representado pelos ingressos de novos investidores em busca de riqueza (não fácil) evidencia uma saudável migração de recursos que estavam nas mãos de agentes econômicos vamos dizer, na zona de conforto dos investimentos com retornos pequenos, porém muito seguros. O que ocorre é que esse tipo de investimento na atualidade está se tornando algo como “guardar dinheiro debaixo do colchão”, em função das taxas de juros extremamente baixas, o que não é nem um pouco atrativo para quem deseja aumentar seu patrimônio.
O que teremos daqui para a frente é um contingente de investidores com um desafio de enfrentar um aprendizado muito complexo, porém bastante dinâmico  e com o potencial de geração de inovações, novas oportunidades de negócios e consequentemente empregos. Para que essa cadeia se alimente de forma sustentável também existe a necessidade de um posicionamento ativo por parte do Governo no sentido de buscar equilíbrio fiscal (claro, não desmerecendo o esforço da crise), as reformas que são cruciais para que além de tudo, possamos reconquistar a confiança dos investimentos estrangeiros, o que tudo somado, nos possibilitará partir para uma recuperação consistente com as necessidades do país.
Quando uma Organização toma a decisão estratégica de abrir seu capital em um mercado onde já operam seus concorrentes, em última instância ao final de todo um processo de aceitação bastante rigoroso, na verdade está possibilitando que a livre concorrência aconteça de fato, pois com mais recursos para operar, essa empresa traz para o mercado mais oportunidades de consumo , maior oferta de produtos financeiros ou manufaturados, serviços direta e indiretamente, regulando oferta e demando e equilibrando preços, gerando assim mais consumo, mais produção e mais empregos.
A abertura de uma empresa para o mercado, exige o cumprimento de uma série de exigências e adequações da candidata à negociação de suas ações na Bolsa e quando uma Instituição chega no ponto de ser aprovada como uma nova Sociedade de Capital Aberto, há inclusive uma tradicional comemoração, tal é o rigor na análise do processo por parte das autoridades monetárias no caso a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Alguns dados do mercado nos dizem que em 2020, apesar de todas as dificuldades e desafios que o Coronavírus impôs globalmente, temos uma previsão excelente de solicitações de abertura de capital por parte de várias empresas e do lado dos investidores, teremos uma população  perto de 3 milhões de CPFs investindo nos papéis ofertados na B3. Esses dados nos trazem uma previsão de movimento e grande atividade ligada à produção. De novo temos que lembrar que esse dinamismo precisa ser amparado por uma ação consistente do Governo Federal em relação às reformas necessárias.
Mas caro leitor, o que existe de tão interessante na Bolsa de Valores que atrai tanta gente? Vamos mergulhar (não muito fundo, pois isso é VOCÊ quem fará) nesse mundo de fascínio e muita força, para surfar em ondas gigantes que se alternam de forma muito rápida e volátil
A Bolsa é uma empresa que provê o mercado de uma infraestrutura financeira garantindo a livre negociação de vários títulos e papéis e de diversas formas,  direta ou indiretamente, não ofertando portanto apenas ações como a maioria das pessoas não muito familiarizadas pensam e muito menos exigindo que alguém se desloque até o recinto físico da B3 para realizar suas operações.
Na Bolsa, em linhas gerais temos  negociados: fundos de diversas naturezas (mútuos, multimercados, imobiliários, de agronegócio, da dívida externa, de ações, de ouro, entre outros), títulos de renda fixa, contratos futuros de moedas e de índices (investimento atrelado às performances futuras de diversas moedas, uma ou uma “cesta”, bem como alguns indicadores como taxa de juros, inflação, etc) opções, contratos futuros de commodities (commodities são a matéria-prima de vários outros sendo produzidos em escala e podendo ser  estocados sem danos. Nessa definição temos por exemplo: café, soja, sucos de laranja congelado, algodão, boi gordo, suínos, arroz, metais preciosos, enfim mercadorias que são a base de outros produtos industrializados a partir deles).

Toda essa grande variedade com suas particularidades, gera um certo temor nas pessoas menos versadas no assunto, daí a importância de se recorrer a uma Corretora de Valores, que auxilia os clientes a entenderem a dinâmica do mercado, os cenários econômicos e políticos local e internacional, que afetam sobremaneira o comportamento das negociações, bem como o perfil de investidor de cada indivíduo para que, com base nisso tudo, possa  elaborar o melhor investimento para cada pessoa, que beneficiar-se-á do dinamismo e da geração de riquezas. Ai reside a grande característica da Bolsa.
Como não é nosso objetivo  detalhar cada tipo de papel, título ou fundo que compõem  os negócios da Bolsa, vamos focar em ações e  alguns aspectos importantes especialmente do lado do investidor novato.
O investimento em ações baseia-se como já falamos anteriormente em uma empresa de capital aberto, que definiu em sua estratégia abrir para o mercado a menor parte de seu patrimônio e desta forma, ao vender seus papéis para uma pessoa comum a torna sócia desse negócio .
O lançamento  inicial de ações no mercado por uma empresa autorizada pela CVM, é chamado de IPO, em inglês, Initial Public Offering, ou em português, Oferta Pública Inicial e significa a primeira vez que a Instituição receberá seus novos sócios, tornando-se a partir daí uma companhia de capital aberto.
Essa autorização dá-se após um rigoroso e caro processo de candidatura, com o cumprimento de exigências de natureza regulatória, fiscal, legal de governança corporativa, estrutura societária, processos de auditoria, controles internos, compliance,  gestão de Recursos Humanos, entre muitos outros, e obedece a uma classificação por tipo de lançamento em Bolsa, de forma que quanto mais “top” for a escolha da  classificação da candidatura pela empresa, mais exigências e documentação ela terá que atender.
Nesse processo, a candidata à abertura de capital pode escolher em que segmento da lista da B3, que são 5, desejar entrar sendo que em cada um deles, há diferentes e cada vez maiores requerimentos em relação à Governança Corporativa e outras exigências, ou seja, não é fácil.
Somente a título de ilustração e para seu conhecimento, esses níveis são: Nível 1, Nível 2, Novo Mercado, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2. Não entrarei em detalhes, você mesmo, através dos sites especializados, exemplo as Corretoras, poderá ver facilmente essas informações que mostram  como são as características desse mundo no qual você tanto quer  (e deve, com cautela) entrar.
É claro que esse tipo de procedimento , que envolve grandes montantes em dinheiro, é feito por empresas já em patamares de maturidade consolidada em sua atuação , levando a empresa a modificar radicalmente sua maneira de atuar no mercado, pois ficará muito mais exposta, uma vez que será obrigatória a publicação correta de seus balanços, sofrerá profundas alterações em sua gestão de negócios, conduta, transparência no agir em seu próprio ambiente corporativo e , principalmente, com seus sócios, os novos investidores que confiaram seus recursos nas mãos dos gestores dessa Organização . Além disso, essa nova Sociedade Anônima necessitará mais do que nunca cuidar de sua Imagem perante o público, com ações claras e transparentes, responsabilidade sócio, econômica e ambiental ( a preocupação com a proteção ambiental é uma das exigências hoje do processo) e absoluta postura ética em seus negócios. A falta dessa postura ética, de reconhecimento honesto e público de eventuais equívocos, pode significar a “morte” desse negócio, uma vez que seus investidores, vendo quebrada a confiança, simplesmente não mais acreditarão nesse nome e como consequência desejarão desfazer-se da “sociedade”, ocasionando a perda parcial ou total de valor das ações, o que trará enormes prejuízos à empresa. È em poucas palavras, uma radical mudança de cultura.
No caminho de um IPO, há uma série de etapas, que tornam o processo complexo, demorado e dispendioso para uma empresa, mas os resultados finais, após a aprovação são muito benéficos e atrativos, tanto do lado da empresa candidata como do investidor de qualquer tamanho. Como ilustração podemos citar:
  • Prospecto: é o “book” da empresa e dá para o investidor um panorama detalhado do que é a Organização na qual ele apostará. È muito longo, demorado na elaboração, mostrando a empresa em si em números, planejamentos, posição no mercado, projetos, cenário do mercado onde ela atua, da economia do país em que implantou o negócio e suas influências, enfim, uma foto, ou um grande conjunto de fotos que auxiliarão o investidor a definir se prossegue com seu aporte ou não.
  • Roadshow: é o momento em que os executivos, incluindo-se o CEO da candidata vão mostrar ao mercado local e internacional (quanto mais deste, melhor) o que é a empresa. Compõe-se de uma série de reuniões feitas pelas Instituições Financeiras que a assessoram com o objetivo de despertar o interesse e apetite dos investidores.
  • Período de Reserva e Bookbuilding: é o momento em que os investidores institucionais avaliarão o quanto de papéis desejarão adquirir o que é utilizado para se fixar o preço das ações a serem lançadas. No caso dos investidores não institucionais, que são as pessoas físicas como nós, há também o chamado período de reservas em que será possível, através das Corretoras realizar uma reserva dos papéis a serem lançados.
Enfim, há outros processos, os quais demandam outros textos mais específicos e não abordaremos aqui. Estes foram colocados para que você caro amigo empreendedor tenha uma visão geral desse mercado tão intenso.
Seguindo mais um pouco , temos que no lançamento de ações de uma Companhia de Capital Aberto há dois tipos de oferta: a primária, que se dá quando a empresa lança seus novos lotes de ações, as quais geram recursos que a companhia alocará totalmente para compor seu caixa e financiar seus projetos de investimentos; a secundária, quando os acionistas desse novo grupo negociam as ações adquiridas para outro investidor, realizando seus lucros. Resumindo, primária é empresa com mercado; secundária é mercado com mercado.
Como se dá o ganho de um investidor?  Esse ganho virá de duas formas:
    • Pela valorização do patrimônio. O investidor adquiriu um lote a um preço X e adiante esse mesmo lote valerá X+Y.

  • Pelos resultados da empresa escolhida por três maneiras: através da distribuição dos dividendos que serão creditados no bolso do investidor em função dos resultados obtidos pela Companhia;  dos juros sobre o capital próprio que não estão ligados ao desempenho e são considerados despesas financeiras da empresa, incidindo sobre eles IR na fonte no pagamento ao investidor,  em função do valor distribuído; das bonificações, que são ações gratuitas que a empresa dá aos investidores em função do número de ações de cada um. TODOS os sócios recebem o mesmo tratamento nas distribuições; o que os diferencia é a quantidade de ações que cada um possui.
Que tipos de ações existem? Basicamente temos dois tipos que se desdobram em várias classificações, mas nos ateremos aos macro tipos e suas diferenças:
  • Ordinárias Nominativas (ON): aquelas que dão ao investidor a preferência nos votos na eleição dos Conselhos de Administração, de seus presidentes, etc.
  • Preferenciais Nominativas (PN): aquelas que dão ao investidor a prioridade na distribuição dos resultados econômicos da empresa, sem o direito ao voto nas Assembleias. Se você é um pequeno investidor, muito mais recomendadas são as ações tipo PN.
Estes macro tipos possuem classes, das quais daremos um overview: geralmente uma empresa pode desejar que um numero de ações fique em determinado grupo, por esta razão existem as classes 5,6 e 7 para determinar a que grupamento pertencem. As classes 3 e 4 significam respectivamente as ações  ordinárias (as de direito prioritário a votos) e preferenciais (as de direito prioritário ao resultado financeiro que neste caso será 10% maior do que o dos investidores que possuem ações ordinárias).
Assim quando você amigo empreendedor decidir comprar suas ações por exemplo da Petrobrás, procure comprar PETR4 (Petrobrás Preferencial Nominativa 4). A mesma linha aplica-se a qualquer outra. Sempre preferencial e sempre 4, a menos que você tenha o controle acionário da empresa….
Outro ponto importante a ser levado em conta com relação à valorização de suas ações, pela qual você amigo leitor verá crescer seu patrimônio, é a liquidez de seus papéis, ou seja, o quanto será fácil e líquido vender suas ações no mercado. Esse fator está ligado ao volume transacionado no mercado das ações que lhe pertencem. Se as mesmas forem muito negociadas, será um bom sinal para você, pois terão grande liquidez.
Só mais uma curiosidade sobre o mercado de ações: existem um termo no jargão da Bolsa (entre tantos) que diz respeito ao investidor “Flipper”, ou seja aquele que aparece e desaparece geralmente em momentos de IPO.
Qual é a ação do Flipper, que nem é tão ruim assim, pois gera muito movimento de negociação:  no IPO, esse tipo de investidor compra um lote para revende-lo às vezes no mesmo dia, pois se um IPO tem uma quantidade grande de interessados, é muito provável que logo no lançamento suas ações subam às vezes até 20% no primeiro dia!! Lei da oferta e demanda, e se o mercado estiver aquecido, é muito provável que o valor das ações lançadas avancem mais ainda, considerando o período de reserva e bookbuilding. Neste momento muitos flippers, que são investidores já bem escolados, aparecem para movimentar ainda mais o lançamento.
Finalmente, mas ainda deixando  muito a desejar , pois este mercado é extremamente dinâmico, cheio de informações, o que demandaria que sobre ele fosse feito um livro, o que não é nossa intenção neste espaço, vamos lhe trazer uma outra modalidade de investimento que contem um mix de títulos, papéis, opções e ações e geralmente é muito procurado pelos iniciantes no mercado financeiro, são os fundos de investimento, com muitas variantes e indicadores, sobre os quais já falamos anteriormente.
Assim para quem nunca se aventurou, e tem um certo receio de se concentrar em uma linha específica, aplicar em fundos seria como que o primeiro passo para ingressar no mundo B3, isto porque eles assemelham-se a uma cesta com vários produtos, com resultados diferenciados, o que em um cenário de crise, como o que vivemos (e que logo passará) pode atenuar as perdas que um investimento direto em ações com certeza traz pela enorme volatilidade à qual nem sempre estamos acostumados, especialmente os que viveram dos ganhos certeiros da Renda Fixa nos anos passados.
Dependendo do tipo de fundo que se escolha, pode mesmo assim haver  ganhos protegidos. Isso se dá em função da modalidade de Fundo escolhido que pode ser:
  • Fundos de Gestão Ativa: basicamente são os fundos de ações cujo comportamento é dado pelo próprio comportamento do papel, apenas com base no índice Bovespa. O gestor deste fundo seleciona as ações com base nas análises muito detalhadas e caras de uma equipe muito especializada. É um tipo de fundo que gera muito resultado, com mais risco e com gestão mais cara.
  • Fundos de Gestão Passiva: basicamente são conhecidos como ETFs, sigla em Inglês para Exchanged Trade Funds ou Fundos Negociados em Bolsa, os quais baseiam-se em indicadores conhecidos e escolhidos no mercado, sendo totalmente sabido quais serão os resultados gerados pelos ETFs, uma vez que os índices e seus percentuais são publicados para todo o mercado. Como exemplo podemos ter um fundo ETF baseado no índice das empresas do Agronegócio publicado e revisado a cada três meses, sendo que o investidor neste caso tem pleno conhecimento de quanto ganhará ao final do prazo de seu investimento. È uma modalidade de gestão mais simples, menos cara, com menor rendimento, mas com maior segurança, uma vez que você empreendedor que escolheu um ETF baseado no índice X, já sabe qual é o valor do indicador que remunerará seu investimento.
Fechando o texto, é muito recomendável que você amigo empreendedor da Bolsa, caso não se sinta confortável, seja marinheiro de primeira viagem, ou queira mais tranquilidade e facilidade em seus investimentos, sem ter dores de cabeça, uma boa corretora de valores é fundamental.
Uma Corretora com tradição é integrada por equipes de analistas especializados que elaboram recomendações, mostrando-lhe através de bons relatórios e conversas os cenários econômico, social e político , local e internacional, que influenciam sobremaneira o mercado volatilíssimo de ações, especialmente em momentos de crise como esta em que vivemos.
Além disso, estudam os mercados onde uma empresa atua, os cenários que envolvem esses mercados, as atividades e a forma de gestão dessas empresas, que lhes garantem uma maturidade de desempenho, com fortes posições de caixa, liquidez, transparência na condução do negócio, quem são os gestores, seus colaboradores, suas políticas internas, a saúde e integridade de seus balanços, enfim tantas variáveis que a olho nu facilmente escapam e podem ser a pá de cal que pode  matar um investidor e seus projetos.
Esses analistas realizam diversas modalidades de análises, as fundamentalistas mais voltadas aos cenários e as grafistas, mais técnicas, matemáticas, de tendências.
Enfim, mercado de ações é algo para todos nós, desde que sempre tenhamos em mente que tudo deve ser realizado com equilíbrio e bom senso, além de uma boa consultoria em se tratando de um IPO de investidor!
Espero ter contribuído com você!

 

Leia a primeira parte desse artigo clicando aqui

Maria da Penha Amador Pereira, Economista formada pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo com especialização em Desenvolvimento Econômico.

Atuou em carreira corporativa na antiga Companhia Energética de São Paulo, Banco do Estado de São Paulo e no Citibank, onde desenvolveu carreira por aproximadamente 30 anos em Controladoria, Planejamento Estratégico, Segurança de Informações, Gestão de Crises e Continuidade de Negócios, Qualidade, Projetos de Melhorias de Processos e Produtos Bancários, Controles Internos, Auditoria, Governança Corporativa, Regulamentação Bancária e Compliance.

Atualmente é escritora com obras já publicadas, Master Coach e PNL, Orientadora e Mentora de Carreiras, Palestrante e Educadora Financeira, tendo publicado mais de 55 artigos em Portais de Empreendedorismo, mídias sociais, jornais e revistas regionais e LinkedIn, além de ter participado de vários seminários e fóruns sobre diversos temas ligados à realidade brasileira e Compliance.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here