Carreira

Carreira – quando é hora de mudar?

Pode ser difícil de acreditar, mas você sabia que no auge da crise econômica e do emprego que vivemos, vários profissionais muito bem empregados e com muitos anos de carreira (teoricamente com certa estabilidade) se demitiram?

Incrível, não é?
Mas foi exatamente isso que aconteceu com vários deles!
Mas, afinal, o que faz uma pessoa madura, com toda esta bagagem, tomar uma decisão como esta?
Vamos detalhar melhor para que você possa entender que este movimento não é novo e nem inesperado – muito pelo contrário, historicamente, ele sempre aconteceu, porém, de forma diferente.
Há algum tempo, muitos profissionais com grande preparo já não suportavam os ambientes tóxicos em que trabalhavam – locais em que a política é mais forte que a meritocracia, empresas onde se gasta mais tempo produzindo processo que resultados.
Antigamente, quando estes profissionais se sentiam insatisfeitos, eles corriam para explorar a “mina” das redes de franquias, pois além de estarem no auge do empreendedorismo era a garantia de uma transição segura. Fazendo uma analogia à mineração de pedras preciosas, era como se as franquias fossem uma verdadeira Serra Pelada…
Instigado pela mídia por meio de filmes de sucesso, livros biográficos e reportagens sobre o tema, as startups viraram “a bola da vez”, afinal, quem não gostaria de criar uma empresa na garagem de casa e, depois de 2 anos, receber uma proposta milionária de compra por um gigante do setor? Assim foi com a Apple, Microsoft, Google, Facebook e Nubank, entre outros.
Vamos entender alguns exemplos dos principais sinais que estão presentes quando um profissional está propenso a mudar de carreira? São eles:
– desânimo total com o emprego atual
– falta de visão de propósito no que está trabalhando
– falta de sentido nos processos de trabalho, considerando o modelo antigo sem inovação




– não suportar superiores autoritários que não aceitam sugestões
– falta de tolerância com tanto tempo desperdiçado em deslocamento
– falta de concordância com a enganação quando é preciso ficar até mais tarde para parecer que produz mais
– não aceitar perder qualidade de vida em troca de dinheiro
– não confiar nos colegas de trabalho e se envolver sempre em conflitos internos
– não acreditar mais no produto da empresa
– não tolerar políticas sujas e atos de corrupção da empresa em relação ao mercado
Destes 10 sinais, não precisa muito para perceber que é hora de mudar – e, dependendo do item, basta 1! Caso apresente 2 ou mais, é apenas questão de tempo para mudar.
Atendo vários profissionais que procuram transição de carreira e muitos deles eram empregados CLT ou PJ. Para estes casos, procuro os sinais que evidenciam a necessidade de mudança e recomendo o empreendedorismo , o que chamo de “subir de nível”. Startups não são empresas apenas de tecnologia, mas sim toda e qualquer uma que seja disruptiva e forneça um novo processo ou serviço totalmente inovador, que quebre a cadeia de valor tradicional. Por exemplo, uma pessoa que gosta de fazer bolos caseiros e inova na forma de distribuir o produto, criando um aplicativo “Quero Bolo” é uma startup.
E assim como as franquias, criar startups requer gerenciamento de risco, afinal, quem faz a transição de carreira não pode errar – para estas pessoas, após o check-list de sinais de transição, aplico o Mapa de Persona e o MVP para mitigar riscos e, em seguida, emitir o passaporte.
Vou explicar melhor.
O Mapa de Persona busca estratificar seu público e mostrar se sua solução atende às necessidades deles antes mesmo de produzir o primeiro molde. Depois, pesquisas são feitas com este público para medir a aceitação. Uma vez concluído o Mapa, o próximo passo é realizar o MVP, Minimum Viable Product, termo em Inglês que significa Mínimo Produto Viável e que serve para testar a solução sem criar um lote grande do produto para não gerar desperdício. Depois, o próximo passo é testar um pequeno lote do produto e escalar a produção fazendo os ajustes no Mapa de Persona.




Após estas etapas, com a garantia da aceitação, é preciso registrar a solução para garantir propriedade e, neste caso, são indicados escritórios jurídicos especializados em marcas e patentes. A seguir, é preciso buscar investidores e, para isso, será necessário criar um plano de apresentação e submeter sua startup a investidores chamados de “anjos” –  eu chamo este plano de Apresentação de Passaporte:
         
Este é o caso de Dênis Kraiser, consultor de franquias que passou pela transição de carreira e é criador da startup Franquia Agora, site que liga interessados em franquias a franqueadoras. Além de criador do site, Dênis, que era uma pessoa tímida, se tornou palestrante e hoje fala sobre produtividade e gestão do tempo para franquias e franqueados; foi uma transição de carreira segura.
Comigo não foi diferente: saí de uma empresa de energia como head de operações onde trabalhei por 30 anos, me reinventei e criei uma startup de educação; hoje tenho alunos virtuais graças à Academia da Carreira e utilizo o Whatsapp como canal de vendas.
Charles Darwin, pesquisador da evolução das espécies, concluiu que quando muda o ambiente, sobrevive aquele que mais rápido se adapta às mudanças, e assim também acontece profissionalmente: sobreviverá quem mais rápido se adaptar a este admirável mundo novo!

Jorge Penillo, conhecido como Doutor Carreira, é coach e mentor de liderança e carreira. Professor universitário e palestrante, tem formação em universidades do Brasil e Estados Unidos. É graduado em Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing e Negócios e possui MBA em Estratégia Empresarial com especialização em Neurociências. Começou sua carreira profissional aos 14 anos de idade, em 1986, aos 14 anos na Eletropaulo como menor aprendiz, e permaneceu na empresa por 30 anos, passando por várias áreas técnicas e administrativas até 2016. É autor do livro Iniciando uma carreira brilhante, que tem o objetivo de orientar os jovens sobre como entrar no mercado de trabalho.

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