GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO NAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS

Administrar significa tomar decisões sobre recursos disponíveis, trabalhando para atingir os objetivos da organização. A gestão, por outro lado, é um processo fundamentado em planejamento e estratégias que visam alcançar melhores resultados.

De forma simplificada, a administração visa a gestão eficiente de recursos, enquanto a gestão tem como objetivo incentivar a participação e estimular os aspectos políticos e comportamentais das pessoas de uma organização.

Mas como esses conceitos se aplicam a empresas nas indústrias criativas?
Primeiro, é importante compreender que empresas que produzem bens e serviços criativos tendem a ter estruturas organizacionais menores. Estes núcleos costumam ser formados de um grupo central composto por pessoas que já trabalham juntas há muito tempo e que, portanto, estabeleceram um alto nível de confiança entre si.

Em segundo lugar, empresas que trabalham com produtos e serviços criativos tendem a trabalhar utilizando uma estrutura de projetos, pois cada produto – seja um show, um evento ou uma coleção de moda – tem um início, meio e fim. Neste contexto, processos de gestão de projetos passam a coexistir com os processos administrativos da organização. Para exemplificar, a empresa precisara ter uma função financeira geral, mas também um controle financeiro para cada um dos projetos em execução.
Finalmente, projetos criativos, seja na forma de produtos ou de serviços, tendem a utilizar uma enorme quantidade serviços terceirizados e contratados com qualificações muito especificas. Cada projeto é único e, portanto, necessitará de um grupo diferente de parceiros.

Tendo isso em mente, a administração dos recursos disponíveis deixa de ser uma questão interna da empresa já que os recursos a serem geridos são as redes de parceiros e fornecedores fundamentais para a entrega do projeto. O mesmo se aplica aos processos de gerenciamento de pessoas, pois em empresas das indústrias criativas a gestão de pessoas se transforma num processo colaborativo onde o foco principal é o empoderamento do individuo criativo e o reconhecimento da sua importância no sucesso do projeto.

Nesse sentido, a atividade de gestão em empresas das indústrias criativas passa a reconhecer o individuo criativo como o centro da organização. Esse reconhecimento causou o abandono de processos de trabalho burocráticos e mecanismos de controle autoritários, levando a ambientes de trabalho onde a criatividade e a inovação são encorajadas.

Nesse modelo gerencial criativo, é importante que todas as práticas gerenciais sejam adaptadas de forma a permitir uma maior liberdade dos indivíduos criativos sem esquecer, no entanto, que há uma organização que precisa prosperar. E você? Como adaptou as suas práticas gerenciais na sua empresa?

Especialista em Processos e Projetos, com mais de vinte anos de experiência em gestão de processos e planejamento operacional. Atuou em empresas de diversos segmentos incluindo consultoria de gestão, telecomunicações, tecnologia da informação, serviços financeiros, óleo & gás, megaeventos, parques temáticos e associações de classe.

Hoje é sócia da Gig Flows, uma consultoria de gestão que se dedica exclusivamente ao planejamento estratégico e melhoria de processos para empresas das Indústrias Criativas e do Entretenimento ao vivo. Andréa é advogada formada pela PUC-RJ com MBA pelo IAG PUC-RJ e Master’s Degree em Entertainment Business pela Full Sail University e está finalizando o mestrado profissional em Gestão da Economia Criativa pela ESPM e a pós-graduação em Direito Intelectual pela PUC-RJ.

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