Como conseguir dinheiro para sua startup early stage?

Muitos empreendedores potenciais não levam adiante suas ideias porque acreditam que é muito difícil conseguir dinheiro para financiar as operações e o crescimento de sua startup, que só é possível iniciar com recursos próprios, conhecido pela expressão bootstrap ou com financiamento junto ao mercado financeiro, gerando compromissos de devolução, dívidas e altos juros. Mas será que esses são os únicos caminhos?

Neste artigo procurarei demonstrar que existem outras formas de captação de recursos para startups early stage (no estágio inicial) e que algumas delas não geram nenhuma obrigação de devolução e nem resultam em cessão de partes da startup, o chamado equity.

Vamos começar com o mais simples, o crowdfunding ou financiamento coletivo: nessa forma de financiamento, os founders criam uma campanha e escolhem uma plataforma para hospedá-la. A campanha vai ao ar durante algum tempo, a critério dos founders, mas geralmente entre 30 e 90 dias.
A campanha pode ser do tipo tudo-ou-nada, no qual os recursos são devolvidos aos doadores caso a campanha não atinja a meta, ou seja, o valor mínimo estipulado, ou a campanha pode ser do tipo flexível, ou seja, a startup receberá o total de fundos arrecadados até a data final, mesmo que não tenha atingido a meta.

Essa forma de financiamento é chamada de pré-venda por alguns especialistas, pois é comum que os investidores recebam brindes, itens exclusivos e/ou direitos de compra de produtos em condições especiais. Por exemplo: se a empresa capta recursos para fabricar uma nova linha de roupas, os investidores podem receber algumas peças exclusivas ou descontos para aquisição de peças no futuro.

Outra forma parecida de investimento coletivo é conhecida pela expressão equity crowdfunding. A diferença reside no fato de ser um financiamento centrado em investimento, com o aval da CVM , a Comissão de Valores Mobiliários – órgão regulador do mercado financeiro.

Os investidores se reúnem em torno de uma plataforma, que hospeda oportunidades de investimento, pode oferecer recursos financeiros em troca de participação societária (equity). Essa forma se apresenta como se um grupo de investidores-anjo se juntassem para aportar capital na startup, diluindo o risco entre eles.

As plataformas de equity crowdfunding permitem que pessoas leigas no mercado de startups possam investir, como se estivessem investindo em um fundo de renda variável ou em um fundo imobiliário, por exemplo.

Além dessas formas de captação de recursos, existem programas de fomento ao desenvolvimento, que permitem a submissão de projetos ligados à inovação e que disponibilizam recursos financeiros na forma de bolsas e de subvenções. Sem obrigação de devolução nem cessão de equity.

As bolsas permitem que a startup traga especialistas para compor a equipe, acelerando o desenvolvimento de novas tecnologias, materiais ou processos. Em alguns programas, os próprios founders podem receber recursos dessas bolsas, reduzindo o impacto do investimento próprio.

Os recursos recebidos no formato de subvenção podem ser usados para diversos objetivos, de acordo com cada programa. Como exemplos, podem ser material de consumo, equipamentos usados em pesquisa, diárias e locomoções, contratação de serviços de pessoas físicas ou jurídicas, livros etc.

Alguns programas de fomento determinam que os founders devem aportar uma porcentagem do recurso solicitado, que varia entre 5 e 10%. Segundo as agências de fomento, essa é uma maneira de inferir se os founders realmente acreditam no negócio que estão propondo. Porém, existem programas que não exigem nenhuma contrapartida, permitindo que os founders possam empreender, sem aportar nenhuma quantia específica.

Se você é empreendedor e está em busca de programas como esses, consulte o SEBRAE nacional ou do seu Estado. Há muitos programas com editais abertos, durante todo o ano.

Com graduação em Engenharia, pós-graduações em Marketing e Computação Aplicada à Educação, Mestrado em Educação Matemática e Doutorado em andamento na mesma área, Luis Pacheco tem experiência no mercado financeiro e em empresas digitais, atua como professor no ensino superior, como mentor de startups, como pesquisador e é autor de conteúdo especializado.

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